Gaudí e a matemática
Muitos dos símbolos da cidade de Barcelona conduzem-nos a uma figura catalã incontornável, António Gaudí. As suas obras arquitetónicas estão espalhadas um pouco por toda a cidade, sendo a mais conhecida a Sagrada Família cuja construção se iniciou em 1882 e e conclusão está prevista para 2026 (centenário da morte de Gaudí). Na Fachada da Paixão, na Sagrada Família, está esculpido o beijo da traição de Judas e ao lado encontra-se um quadrado cheio de números. A particularidade é que todas as linhas na horizontal, vertical e na diagonal do quadrado somam 33, que é nem mais nem menos a idade com que, supostamente, Jesus morreu. Será um quadrado mágico? Não, porque se repetem números. Podemos também observar que os quatro números centrais (7, 6, 10,10) também somam 33. Coincidência? Não parece com tanto simbolismo envolvido!
Antonio Gaudí estudou, no início do século XX, a forma de calcular pesos de estruturas e engendrou formas de fazer com que uma simples coluna se transformasse numa árvore, ou que um muro de um jardim se assemelhasse a uma onda marítima. É fácil de reconhecer a presença e a utilização de conhecimentos matemáticos e físicos nos seus estudos.
Gaudí é conhecido pela utilização frequente do arco parabólico catenário, uma das formas mais comuns na natureza. Para o conseguir reproduzir, utilizou um método de trabalho incomum para a época, utilizando modelos tridimensionais em escala, moldados pela gravidade. Gaudí usava correntes metálicas presas pelas extremidades e quando estas ficavam estáveis, ele copiava a forma e reproduzia-as ao contrário, formando as suas conhecidas cúpulas catenárias.
Gaudí projetava as suas obras desde as fundações, às estruturas até aos menores detalhes ornamentais, o que o caracterizava como um arquitecto peculiar e único. Nos detalhes ornamentais, utilizou, muitas vezes, a técnica catalã tradicional do “trencadis”, que consiste em usar peças cerâmicas quebradas para compor superfícies.
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