quarta-feira, 11 de julho de 2012

É o país que temos, infelizmente!


"A PSP de Aveiro anunciou ontem, em comunicado, a detenção de uma mulher, de 62 anos, pelo crime de furto. A suspeita, que reside naquela cidade, furtou uma lata de atum, no valor de 1,27 euros, num supermercado local. A PSP não informou quais as medidas de coacção aplicadas à mulher, que depois de ter sido levada ao juiz terá sido libertada." in Correio da Manhã

Os que roubam milhões e ocupam cargos públicos  (e não só) e que enchem os seus, já bem recheados, bolsos nada lhes acontece, a policia certamente não anuncia em comunicado e poucos são os que chegam à barra do tribunal. Já quem rouba por necessidade/fome uns míseros 1,27€, é este o tratamento recebido. Roubar é sempre errado mas há roubar e roubar. A culpa só morre solteira quando se rouba milhões e se conduz um país à bancarrota. Que belo país!


Ora vejam como vivem agora os nossos ex-ministros. Coitadinhos...




Enquanto que outros:

"...A fila que escolhi hoje é pequena. À minha frente está uma mulher de uns trinta ou quarenta anos, elegante, com um olhar vivaz e um sorriso inteligente (não, não é um critério, mas pode acontecer, pronto) que leva meia dúzia de compras na mão (critério). Está vestida com um tailleur saia-e-casaco e sapatos pretos de salto, formais, certamente por necessidade profissional. Pousa as compras no tapete e murmura qualquer coisa à empregada. Percebo que lhe pede para ir fazendo subtotais, à medida que vai registando as compras. Há vários iogurtes mas estão separados, em vez de estarem num conjunto de quatro, como na prateleira. A caixa passa várias compras e quando o subtotal atinge 3 euros e 73 cêntimos a cliente diz “está bem assim”. No tapete fica um iogurte natural e um pacote de bolachas da marca do supermercado que a caixa põe de lado num gesto rápido, numa pilha heteróclita onde há outros restos de compras. A mulher elegante paga os 3,73 euros com Multibanco.

Esta história é sobre uma mulher elegante de trinta ou quarenta anos, com um sorriso inteligente, que trabalha num sítio onde lhe exigem que se vista com alguma formalidade e que só tem quatro euros no banco. " in Na fila do supermercado por José Vitor Malheiros - crónica publicada no Público de 03/07

Uns com tanto e outros com tão pouco!

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