quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Serei só eu a achar isto estranho - III?


0, 1, 2, 3, 4, 5 são os números que o pequeno do meio já aprendeu e, surpresa das surpresas, tem que saber como se escrevem por extenso. Como, e porquê, se exige isto nesta fase, quando ainda só deu as vogais e os ditongos é algo que me ultrapassa completamente! Bem sei que no manual sempre que dão um número escrevem-no por extenso, bem sei que houve um TPC em que tiveram que escrever os números por extenso (grrrrr....) mas para quê insistir em algo que agora não faz sentido nenhum para os míudos se daqui a dois meses fará todo o sentido? Não percebo esta pressa ... "Para o testes tens que saber como se escrevem os números." digo eu, muy contente para o pequeno do meio, "Hummm, tenho que saber fazer aquelas letras todas que eu ainda não sei?" pergunta com cara de mau. "Não, só tens que reconhecer a palavra que corresponde a cada número" respondo eu, já meia possessa, se há coisa que me irrita é ocupar a memória com cenas inúteis, poupo-me a mim e tento fazer o mesmo aos outros. Mandei o pequeno estudar como se escrevia cada número e ele responde-me já meio possesso também "Ouve lá, como é que queres que eu saiba isso se eu não sei ler?!" Ora, precisamente, o moço tem toda a razão, pensei para comigo, mas acrescentei apenas "Então como é que a tua professora te ensinou?" e ele responde "Escrevemos no livro e ela disse que tinhamos de saber." e aqui começou a nossa saga!

Deparei-me com um problema, como é que se explica como identificar a palavra correspondente ao som, se não se conhece nenhuma consoante? Ah pois é, não é fácil, e, por aqui, podemos avaliar bem a dificuldade que a criança sente ao olhar para um monte de símbolos onde não conhece praticamente nenhum. Então, dei comigo a dizer isto para o ajudar "o 3 é o do chapéu, sim que ele também não sabe o que é um acento circunflexo, o 5 é o que tem um i na 2ª letra e dizia ciiiiiiiiiiiiiinco para ele associar, o 0 é o que tem um e na segundo letra e dizia zeeeeeeeeeeeeeero e o 2 é o que tem o ditongo oi!".  QUE RAIVA! Ora, isto é simplesmente ABSURDO, ESTÚPIDO, pensei o tempo todo que estivemos naquilo e foi quase 1 hora! PICA MIOLOS foi como me senti! Mas o moço lá fixou esta regra estúpida que a mãe lhe ensinou, para saber responder no teste a uma coisa que para ele não faz sentido nenhum. Já eu estava capaz de explodir de tanta indignação ... isto não é matemática, isto não é português ... isto é uma coisa sem jeito nenhum!
 [a nossa menemónica ao lado do famigerado exercício que fizemos carradas de vezes]

No final do 1º ano, todos os meninos saberão escrever, naturalmente, e sem este esforço hérculo e inglório, os números por extensos, assim como saberão escrever centenas de outras palavras ... para quê isto? Porque vem no manual? Sentido crítico e bom senso todos nós devemos possuir e aplicar com frequência, nenhum manual é perfeito!
Confesso que, às páginas tantas, só me apeteceu dizer "Deixemo-nos disto e vai brincar que logo aprendes isto, com uma perna às costas, e sem a parvoeira do chapéu e sei lá mais quê que a mãe inventou" mas sei que iria ficar triste por falhar sem tentar e, só por isso, não fiz qualquer tipo de comentário e continuámos em busca do conhecimento não adquirido nem absorvido.
Estou REVOLTADA e IRRITADA... mas não se nota nada! Nada de novo, portanto ... 

domingo, 26 de outubro de 2014

Mito ... para as pessoas com filhos pequenos

Quando o relógio atrasa 1 hora, todos esfregam as mãos de contentamento "Podemos dormir mais uma hora!". Mentira... ao atrasamos os ponteiros do nosso relógio, os ponteiros do relógio biológico da pequenada não sofrem qualquer alterações logo acordam exatamente à hora do costume ... Vantagens: mais uma hora de brincadeira e quando a hora adianta, também mantém a hora de despertar:)
Numa semana em que o artigo "Pessoras sem filhos vs pessoas com filhos" causou tanta celeuma, este seria um bom ponto para acrescentar à lista. Um artigo interessante, irónico, engraçado, bem escrito... Gostei, ao contrário de muitos! Contém apenas constatações ... as ilações cada um tirou  as que quis! A uns aplicar-se-á, a outros nem por isso, a vida é assim, cheia de pessoas com posturas díspares e como tal onde a maternidade/paternidade tem impactos diferentes. 
Por aqui, a maioria das vezes, quando olhamos para trás, já nem nos lembramos bem como era antes de eles existirem e quando eles não estão é um silêncio...que se estranha e incomoda, falta o essencial...e acho que isto diz tudo! 

Expressões típicas

"Emprestas-me a afiadeira?" pergunta ao colega. "Afiadeira???? Afia, qual afiadeira!" e foi a risota geral na sala e o moço, acabadinho de chegar do Alentejo profundo, ficou todo envergonhado e sem saber o que dizer. 
Reconheci aquela situação, que eu pópria já vivenciei várias vezes e pensei, vamos a isto, estes não me escapam: "Pois bem meu meninos, vamos deixar as potências e as suas regras operatórias e vamos a uma "regra" da Língua Portuguesa. O vosso colega disse, e muito bem, afiadeira, é assim que se chama, afia é apenas uma abreviatura, e mais vos digo também se pode chamar apara lápis! Para a próxima disfarcem melhor a vossa ignorânica, palavras sinónimas, sabem o que é? Aplica-se neste caso, regiões diferentes utilizam, por vezes, termos diferentes, o que não significa que não sejam todos igualmente válidos, ok? Perceberam a mensagem?" e o silêncio imperou na sala e diz o alentejano todo orgulhoso "Eu tinha razão! Pensam o quê? No meu querido Alentejo, não há cá dessa abrevia quê, professora?". "Abreviaturas, rapaz!" e rimo-nos todos mas, neste caso, em conjunto.
Quantas vezes fui/sou olhada com ar de gozo quando dizia/digo:
- porta minas quando muitos lhe chamam lapiseira
- esferográfica quando o usual é dizer caneta
- roupeiro ou guarda vestidos quando o in é guarda roupa
- sombrinha quando o aceitável é guarda chuva. A moda de pendurar chapéus de chuva, nas ruas no verão, para além do efeito estético, não será para que tenhamos sombrinha? Digo eu...
- sapatilhas quando toda a gente sabe que é de ténis que a malta jovem gosta. Será esta modalidade desportiva ter estado/estar na moda?
- papeseco em vez de carcaça, esta só me faz lembrar os urubus
- maçã em vez de pêro. "Quero um pêro!" ainda hoje me soa muito mal, esta coisa de um pessoa pedir porrada a outra "não me entra na cabeça", literalmente ...
- pão de deus em vez de arrufada. Uma arrufada é tipo um pão de leite redondo com açúcar por cima, comi muitas na minha infância! O pão de deus têm uma massa mais fofa que as arrufadas e têm côco por cima.
- testo do tacho em vez de tampa 
- 8 menos um quarto em vez de de dizer são 7 horas e 45 minutos. A malta não domina as frações de hora e as subtrações
- caço em vez de concha
- tropeça sempre que me sento num banco de cortiça
- pevides em vez de pipas (só conheço as de vinho)
- persianas quando a malta, ao acordar, por estes lados abre os estores
- "pedir os bolinhos" e não pão por deus e a maioria sabe o que é nem significa nenhum dos dois. Os meios mais urbanos americanizaram-se aderindo à moda do "doce ou travessura" [trick or treat] ... abomino!
- Cachopo/a em vez de rapaz/rapariga. Onde o exilibris é  a expressão "Raça do(s) cahopo(s)" usada, obviamente, quando a malta tem um comportamento exemplar, os meus alunos são fãs desta, ouvem-na poucas vezes, claramente! 
- esturricado em vez de queimado

Devem haver muitas mais, foram as que me ocorreram, e dou por mim a pensar se usarei, ainda, todas as originais ou se já me terei convertido? Analisando, cuidadosamente, o vocabulário dos pequenos, prevalecem, em geral, os originais :) 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Os pequenos, o pano e a(s) preta(s)

Ouvi alguém um dia destes comentar "Detesto como algumas mães transportam os bebés, parecem as pretas em África!". E, na altura, lembro-me de ter pensado "Senhores, o que teria sido de mim e do pequeno do meio se não fosse o pano e o «método das pretas»!" Fui "mãe à preta" com muito gosto, voltaria a sê-lo sem hesitações, e recomendo...   
Ao mês e meio, o pequeno do meio apresentava um quadro clínico identificado como refluxo gastroesofágico. O refluxo gastroesofágico ocorre, nos bebés, devido à imaturidade da válvula (cárdia), que se encontra entre o esófago e o estomâgo, e faz com que o leite ingerido e o suco gástrico "voltem" à boca. A maioria dos bebés, tem sintomas ligeiros sendo os mais frequentes: o bolsar ao fim de cada mamada e/ou vómitos esporádicos. 

O pequeno do meio não apresentava sintomas comuns nem ligeiros. Ele tinha ataques de tosse frequentes, provocados pelo suco gástrico que devido à sua acidez, lhe "irritavam a garganta". Durante os ataques de tosse mais fortes, ficava todo vermelho e com falta de ar. Era aflitivo ver uma criança tão pequena com falta de ar e a tossir como gente adulta quando está no pico de um gripalhada fortíssima. Com a maturação do aparelho digestivo e da cárdia e com a introdução da alimentação sólida, os sintomas têm tendências a ser mais ligeiros ou a desaparecer. Mas e até lá? Pois, são ainda uns longos meses... 
Estratégias: eleva-se a cabeceira da cama (30º), a seguir a mamar coloca-se o bebé, 30 minutos, na vertical, as fraldas são mudadas antes da mamada, o bebé mama numa posição mais sentada e mama mais frequentemente para ingerir em menor quantidade e causar menos desconforto... e se mesmo assim não melhorar muito? E se o médico, não querendo medicar umbebé pequeno, diz quanto mais tempo ele estiver totalmente na vertical, melhor será para ele! Ora perante a tosse, as faltas de ar e o desconforto visível mas prinicipalmente as faltas de ar, que não me deixavam dormir nem estar descansada, não hesitei, pesquisei e, por recomendação da Ana Salgueiro, adquiri um pano , tipo à "preta". Foi a melhor opção que podia ter tomado! Eu, o pano e o pequeno do meio tornámo-nos inseparáveis, ele passava do dia inteiro no pano, em casa, na rua, na cozinha e muitas noites também, normalmente só o colocava na cama entre a 1h00 e as 6h00 e nunca estava muito descansada, apesar de ele estar ali mesmo ao meu lado ... Aos poucos, foi melhorando e aos 6 meses quando introduzimos a alimentação sólida, melhorou substancialmente... Se com o pano, estes primeiro meses não foram fáceis, nem quero, nem gosto de imaginar o que teriam sido sem ele... Ao 1,5 ano praticamente não apresentava sintomas do refluxo. Curiosamente, sempre que fica doente, esse é um dos primeiros sintomas, ainda hoje, passados 6 anos ... 
O pequeno do meio andou no pano até quase aos 2 anos, porque sem refluxo ou com, ambos gostávamos desta forma de transporte cómoda, prática e tão perto do coração :) 
Com a pimpolha mais nova, não utilizei o pano tão intensamente pois, felizmente, não teve refluxo, mas deu-lhe uma boa rodagem nomeadamente quando saía sozinha com três, uma mão para cada um e ela no pano, em casa, para tratar dos manos, fazer as refeições, etc ... E se tivesse outro filho, não tenho dúvidas que o pano continuaria a ser o nosso fiel amigo/companheiro do dia a dia!






terça-feira, 21 de outubro de 2014

Aí os bichos ...

"Fizemos texturas de folhas de árvores, em expressão plástica ,mas o x não fez porque a mãe dele disse que ele não podia fazer porque as folhas tinham bichos!" conta a pimpolha mais velha à hora de jantar. "O quê?" perguntamos todos meio espantados/incrédulos. "Foi, foi! Todos fizemos menos ele!" diz a pimpolha mais velha. SOCORRO, por favor ... estas mães e as suas psicologias/fobias metem-me medo ... parecem bichos :)!

A não esquecer: levar uns bichinhos da seda, da reserva da avó, para oferecer a esta mãe este menino na próxima primavera...à velocidade que se multiplicam e engordam, será um belo estágio sobre as folhas e os bichos! Aposto que fazer texturas de folhas vai deixar de ser um problema ou, então, não ...

"Dai a César o que é de César"

Uma leitura interessante na missa das crianças (6 anos):

"(...) Diz-nos o teu parecer: «É lícito ou não pagar tributo a César?». Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu «Porque Me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo». Eles apresentaram-Lhe um denário e Jesus perguntou: «De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César». Disse-Lhes Jesus: «Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus».
                                                                                                     Leitura do Evangelho: MT 22, 15-21

Mas o melhor estava para vir, o senhor padre, um homem com muito espiríto e sentido de humor, chamou ao altar duas crianças paras lhes explicar esta passagem do evangelho. Dissertou que os impostos e os dinheiros são assuntos dos Estados/governos enquanto que a igreja trata dos bens não materiais como o amor. Para reforçar a ideia, sacou da sua carteira e deu uma nota de 10 euros para a mão de uma das crianças e perguntou-lhe o que estava desenhado na nota, e a resposta da criança foi "Uma igreja!": sorriso/riso de todos os presentes e o senhor padre muito vermelho diz "Oh pá, que quase me estragaste a homília! É o símbolo do euro que está desenhado na nota ..." Falou mais um pouco e chegado o final da homília, a criança continuava com a nota na mão e, novamente, um momento difícil para o senhor padre "Pedir a nota à criança ou não pedir?" Recebendo a nota, significaria a devolução do mesmo à igreja pelo que a saída airosa do senhor padre foi "Encontramo-nos à saída e depois dás-me a nota!"
Moral da história: fazer um homília e pedir a colaboração das crianças é um ato de coragem pois nunca se sabe o que pode acontecer, é preciso ter poder de encaixe e prosseguir. É "trabalhar" sem rede mas, talvez por isso, nos proprocione momentos muito engraçados e de reflexão!

Uma das lições do dia: a origem da expressão "Dai a César o que é de César". 
Questão do dia: E o que representava o dízimo senhor padre?

sábado, 18 de outubro de 2014

À Mão

Uma história contada com barro: as personagens têm cabeças de barro e o corpo e respetivo movimento é feito com e pelas mãos de dois artistas espanhóis. Uma pequena olaria e quatro mãos que brincam. 
Diferente, muito interessante e de difícil execução. Peça muito apreciada pelo adultos mas não tanto pela pequenada. 

o "cenário"

3 das personagens

os artistas

A pequenada a tentar imitar os artistas, constatando que não é nada fácil contar uma história com uma mão a segurar a cabeça da personagem e a outra a representar os movimentos do seu corpo!


Merengue de limão

Ingredientes
Para a massa:
200 gr de bolachas digestivas
125 gr de manteiga.

Para o recheio:
6 colheres de sopa de Maizena
3 colheres de sopa de farinha de trigo
1 e 1/2 chávena de açúcar
2 chávenas de água
4 gemas 
1/4 de chávena de sumo de limão
Raspinhas de casca de um limão
1 colher de sopa de manteiga

Para o merengue:
4 claras 
1/4 chávena de açúcar.

Preparação:
Para a massa triturar as bolachas às quais depois se junta a mantiga derretida, misturando até obter uma massa consistente húmida. Forrar o fundo e as laterais de uma forma de fundo amovível com o preparado anterior. Levar ao forno, pré-aquecido a 180º, durante 10 minutos.

Para o recheio: num tacho, misturar a Maizena, a farinha e o açúcar. Aos poucos, juntar a água, mexendo até obter um creme homogéneo. Levar ao lume até engrossar, mexendo sempre. Mexer bem depois de desligar para não formar grumos. Lentamente e quantidades muito pequenos e mexendo sempre, para não talhar, vá juntando as gemas, mexendo sempre até obter um creme homogéneo. Juntar a manteiga, mexendo bem e de seguida o sumo e a raspa de limão. Misturar bem. Colocar o preparado na forma, recheando a base da "tarte"

Para o merengue: Bater as claras em castelo. Adicionar o açúcar aos poucos, batendo sempre. Com uma espátula, espalhe o merengue sobre o recheio. Levar ao forno, pré-aquecido a 180º, até ficar levemente douradinho (o meu ficou meio tisnado). Deixe arrefecer e coloque no frigorífico. Servir fresquinho.

Muito Bom :)!

Receita de uma boa lasanha

Ingredientes
1kg de carne picada (usei 400 g de porco e 600 g de vaca)
1 embalagem de folhas de lasanha frescas (usei marca pingo doce)
1 embalagem de queijo fatiado (200g)
1 embalagem de fiambre fatiado (200g)
500 ml de molho bechamel
1 cebola grande
3 dentes de alho picados
1 folha de louro
5 colheres de sopa de polpa de tomate
200 ml de vinho branco
3 tomates
oregãos q.b.

Preparação:
Refogar a cebola, o alho cortados miudinhos e a folha de louro. Misturar bem a polpa de tomate e o vinho numa taça, juntar ao refogado e deixar ferver durante 2 ou 3 minutos. Juntar a carne, temperar com sal, e envolver bem. Deixar cozinha 4 ou 5 minutos e depois juntar o tomate partido em cubinhos pequeninos e os oregãos. Tampar o tacho e deixar cozinhar, em lume brando, cerca de 40 minutos.

Montagem:
Cobrir o fundo de um pirex retangular com molho bechamel. Para a 1ª camada, colocar as folhas de lasanha, de seguida espalhar uma porção de carne e cobrir com fatias de fiambre e por cima de queijo. Repetir o processo da 1ª camada para as seguintes, terminando no topo com folhas de lasanha onde se espalha o restante molho bechamel (bastante) e polvilha com queijo mozarella ralado. Levar ao forno, a 180ºC, até ficar tostadinho.

Nota: como a pequenada não aprecia lasanha, não utilizei a carne toda na lasanha, comeram esparguete à "bolonhesa", direi antes à lasanheza :)

"Livro"

Decorou e recitou na aula, e parece que não se saiu nada mal, o seu poema preferido do livro, do Plano Nacional de Leitura, que a sua turma está a analisar no mês de outubro - Poemas da verdade e da mentira de Luísa Ducla Soares!
" A maneira mais fácil de decorar um poema é arranjar uma música e depois cantá-lo!" fica a dica da pimpolha mais velha.

Olha que surpresa, também é o meu preferido .... :)

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Quem sai aos seus ...

Ultimamente, frase preferida do Tio das Américas nas nossas conversas: "Tchiiiii...pareces mesmo a mãe!" e as suas variantes "Uiiiii...estás pior que a mãe", "Aprendeste essa técnica com a mãe!".  Oh yeah! E a quem sairá o Tio das Américas?
Ora, pois então, dedicado a mim e ao Tio das Américas!



"(...)
Vai, canta até ser dia
Que a vida são dois dias
E tu vais ser alguém
Que é tal e qual a mãe
Um olho na novela
O outro na panela
Um dia vais ser tão Dona Laura como ela

Aproveita agora
Que há-de chegar a hora
Que não poupa ninguém
Vais ser igual à tua mãe
A filha pela trela
Repete-se a novela, um dia vais
Ser mais Dona Laura do que ela."

Factos e números ... que me levam a pensar que o futuro pode não ser tão risonho!

"Um em cada quatro portugueses está em risco de pobreza e quem recebe o salário mínimo ganha menos 12 euros do que em 1974 (descontando a inflação), indicam dados atuais divulgados pela base de dados Pordata. (...) o risco de pobreza das famílias com crianças dependentes se tem vindo a agravar, como se tem agravado a taxa de intensidade de pobreza, como se tem ainda agravado a diferença entre Portugal e a média da União Europeia, sendo que essa diferença é a de que enquanto na Europa o risco de pobreza se mantém estável em Portugal vai aumentando. (...)"

Retirado daqui

domingo, 12 de outubro de 2014

Serei só eu a achar isto estranho - parte II?

As letras aprende a fazê-las em cadernos de duas linhas, pequenas, pequeninas e os números em papel quadriculado em tamanho XL, L e  S ??????????



(nem comento, as 10 vezes que tívemos que apagar o m até o rapaz perceber com se fazia! Ainda só aprendeu as vogais: u, i, o, a)


Ó senhores que fazéis manuais: do Estudo do Meio ao Teorema da 4 cores!

O TPC da pimpolha mais velha era estudar os distritos de Portugal, procurar e imprimir um mapa e escrever os distritos no mesmo. Na falta de impressora, onde estavámos, utilizámos a técnica antiga de copiar o mapa do manual para uma folha branca à transparência (folha do manual na janela e folha branca por cima e com os lápis contornar)


Ó senhores que fazéis os manuais, podéis colorir um mapa com o número cores que quiserdes mas se utilizardes apenas 4 cores, devéis respeitar o teorema das quatro cores!

"Dado um mapa plano, dividido em regiões, quatro cores são suficientes para colori-lo de forma a que regiões vizinhas não partilhem a mesma cor." um teorema simples mas com uma demonstração complexa.

Ao ouvir esta minha observação, pimpolha mais velha ficou intrigada e indignada de eu estar a dizer mal do seu querido livro! 
Então, do Estudo do Meio, passámos para a exploração do teorema da 4 cores. Expliquei-lhe o teorema, acompanhado das dicas: começar por pintar o distrito que tem mais distritos à sua volta, analisar as cores que podes colocar à sua volta, antes de pintar o distrito seguinte e fazer o mesmo em todos os distritos que têm muitos à volta.
E a pimpolha mais velha pintou o mapa do distritos de Portugal respeitando o teorema da 4 cores! 
Uma boa atividade de exploração/raciocínio para realizar com a criançada.

Textos engraçados no manual da pimpolha mais velha

A pimpolha mais velha fez questão de me mostrar e ler com um sorriso maroto, o seguinte texto:


 O texto seguinte cheio de metáforas curiosas

  E o próximo é de Valter Hugo Mãe, mensagem a reter!
Livro do Alfa, Porto Editora - 3º ano de Português

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Há sempre outro livro...outro autor

Depois de ler toda a coleção das Gémeas e do Colégio da Quatro Torres, de Enid Blyton, pimpolha mais velha afirmou estar em crise "Já comecei a ler vários livros mas acho que só gosto daqueles, não consigo gostar e continuar a ler mais nenhum!". Passados uns dias, por autorecriação foi à estante e escolheu os Desastres de Sofia, de Condessa Segur, e agora é ouvi-la às gargalhadas, entusiasmadíssima, a contar as desventuras da Sofia. Temos "biblioteca" para os próximos tempos pois, se seguir as pisadas da mãe, vai ler todos os livros desta escritora. Na altura eram editados pelo Círculo de Leitores e não me escapou nenhum desta coleção:)!

Às vezes é "necessário" fazer o "luto" quando terminamos de ler um autor do qual aprecíamos o estilo, a escrita e o enredo mas há sempre um novo livro e um novo autor à nossa espera para ser descoberto!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Dilemas

No regresso a casa, face à pergunta típica "Como correu o teu dia?", o pequeno do meio responde "O meu dia correu bem mas, no recreio, o M. roubou 2 pastilhas a um menino do 2º ano. Eu disse-lhe para ele não fazer aquilo mas ele fez na mesma e depois ele comeu uma pastilha e deu-me a outra e eu comi-a!". Só me ocorreu o ditado "Tão ladrão é o que rouba como o que fica à porta!", já a pensar na longa conversa que se avizinhava. Depois do típico roubar é feio, às pessoas que roubam chamamos ladrões, a polícia prende quem rouba, se fosses tu gostavas que te tivesem feito o mesmo, bláblábláblá. Diz-me ele "Mas eu não roubei, foi o M.!" e aqui fiquei perante um dilema: aconselhá-lo a afastar-se ou a denunciar o amigo? Fiquei a meio caminho "Nesse caso, dizes-lhe que ele não pode fazer aquilo, que assim te vais embora e não brincas mais com ele! E, se o que ele estiver a fazer for grave, deves ir avisar alguém!" Não lhe disse o que considerava grave e ele também não perguntou! Depois veio a 2ª parte do sermão "Não roubaste mas sabias que a pastilha que ele te deu não era dele, sabias que era de outro menino. Devias tê-la devolvida ao outro menino!". Sentido, verteu umas lágrimas e voltou a dizer "Mas não fui eu!". "Sim, não foste tu, mas achas que fizeste bem?" perguntei "Eu sei que não! Mas depois o M. queria culpar o D. e dizer que tinha sido ele a roubar as pastilhas e eu não deixei, defendi o D..". "Amanhã, vais pedir desculpa ao menino e vais dar-lhe o teu pacote de pastilhas." sentenciei e ele argumentou "Mas não posso só pedir-lhe desculpas? E o M. é que tirou e ele não vai querer pedir deculpas". "Se fosse contigo, ficavas satisfeito só com as desculpas ou preferias que te devolvessem o que te tinham tirado? Dizes ao M. para ir contigo pedir desculpas, se ele não quiser ir, vais tu sozinho" disse-lhe. "Ok mas não sei se consigo ir pedir-lhe desculpa!" afirmou cabisbaixo. "Vais ter de conseguir! Pedir desculpas não é fácil, é por isso que se diz: as desculpas não se pedem, evitam-se. Lembra-te sempre disso." O rapaz ficou meio macambúzio e tristonho e receei, que no dia seguinte, tivesse vergonha de ir pedir desculpa e dar as pastilhas ao míudo. De manhã, voltei à carga mas pensei que se calhar precisava ali de um reforço positivo e disse-lhe "Vais pedir desculpas e dás ao menino 2 pastilhas e depois guardas as outras para partilhar com os teus amigos" e o rapaz esboçou um enorme sorriso e disse "Está combinado!" e eu fiquei com alguma esperança, não muita, que ele cumprisse!. No caminho para a escola, disse várias vezes "Eu e o M. fizémos asneiras, temos que ir pedir desculpa"- processo de mentalização em curso. 
No final do dia, vinha todo contente "Pedi desculpas e dei as pastilhas ao menino, não foi no recreio da manhã porque ainda não tinha  conseguido convencer o M. , mas à hora do almoço consegui convencê-lo e fomos os dois pedir desculpas e dar as pastilhas! Ficou tudo bem, o menino desculpou-nos e ficou todo feliz com as pastilhas". 
GRANDE MÍUDO (olha eu a ser totalmente imparcial)! 
Pediu desculpas e ainda convenceu o amigo a fazer o mesmo ... A humildade de reconhecer e assumir o erro e de "remediá-lo" da melhor forma possível, nem todos, têm coragem de o fazer. 
Freud não explica isto mas os dilemas de Kohlberg ajudam a perceber!

Demandas/grito do ipiranga

Tem todos os manuais escolares de matemática, livros de exercícios, etc., possíveis e imaginários. Tem um caderno para realizar os exercícios de cada livro, faz os exercícios TODOS de todos os livros, é um autodidata, estuda os temas muito antes do professor os dar na aula, tem milhentas dúvidas, todas elas em exercícios díficeis e complicados, que a maioria dos alunos não resolve. O mesmo acontece na disciplina de Físico Química e Biologia. 
Impressiona-me muito esta capacidade de trabalho, quando lhe pergunto "Fazes porque gostas destas matérias e tens vontade de saber mais?Como consegues?" e a resposta é curta, simples e direta: "Os meus objetivos são muito altos, quero entrar para medicina. Tem de ser!". 
Apesar de ser um prazer e um desafio ter um aluno assim, há qualquer coisa que me entristece e preocupa nesta sua entrega/demanda. Todo o seu tempo é passado, entre livros e exercícios, e não o faz por especial prazer, mas para atingir um objetivo que se concretizará, na prática, apenas dentro de 3 anos. Nestes 3 anos, a continuar assim, vai perder tanta coisa interessante e importante que é ser tão só e apenas um adolescente, com os problemas e aprendizagens, não menos importantes, próprias da idade.
E, às vezes, ok, quase sempre, apetece-me dizer-lhe "Relaxa!"
Algo me diz, que há "grande pressão" parental nesta sua demanda ... just saying! 
Dou comigo a pensar nesta entrevista do Eduardo Sá e a questionar-me se este míudo dará, alguma vez, o grito do ipiranga e a achar que seria tremendamente bom, saudável e ... normal, é tão bom ser normal, seja lá isso o que for!

Tipicamente português

TPC da pimpolha mais velha: estudar um texto do manual para se preparar para um ditado, perdão,, um exercício de ortografia. Parece que a palavra ditado já não se usa, enfim ...adiante!
No último parágrafo do texto podemos ler: "E nem um polícia na rua para fazer uma revista às redondezas! Parece impossível! Este país não vai a lado nenhum, ninguém me consegue provar o contrário! .." 
Este texto, no manual de 3ºano, transmite um pensamento tipicamente português! Dava um bela notícia de abertura do jornal da TVI, se a história fosse real, com a senhora mãe a gritar estes chavões todos ao microfone!
Manuais escolares a transmitir valores e ideias desde... sempre!

Nota: o texto, data de 2009, e está incluido no livro O dia em que o meu bairro ficou de pantanas de Rosário Alçada Araújo. Podem lê-lo na íntegra aqui.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Seleção de chocolates > 70% de cacau

No inicio da semana, decidi investir numa coleção de chocolates (como quem tem uma garrafeira) mas na versão chocolate amargo uma vez que, as bebidas alcoólicas não têm saida cá por casa.
Tudo começou no Lidl, um bom sítio para encontrar marcas um pouco diferentes do habitual, e depois de procurar um pouco lá encontrei. Os critério da minha escolha foram: mais de 70% de cacau e de uma marca que ainda não tivesse provado. A minha escolha/compra recaiu sobre:
  • Bellarom 74% de cacau
  • J. D. Gross Arriba Superieur 81% de cacau
  • Pantagruel 85% de cacau (isto costuma ser para culinária ma com 85% decidi experimentar)
  • Jubileu Plus Noir 85% de cacau
Lembrei-me então que uma vez tinha provado um chocolate com 90% de cacau e fui em busca de novas tabletes para a minha coleção.
A prima T. sugeriu que o SuperCor talvez tivesse chocolates mais raros e lá fui. Lá estavam os Lindt 90% e 99% (3,49€ cada um.)


 Aqui fica a foto dos chocolates



 Foto dos chocolates mais "fortes"



Decidi experimentar o de 99%. Primeira constatação ao consultar a lista de ingrediente... 2g de açúcar por cada 100g e o resto é pasta de cacau, cacau e manteiga de cacau, ok estamos perto dos 99% de cacau.
A embalagem é do tamanho da de 90% mas só tem 50g enquanto que a outra tem 100g.
Depois de abrir a embalagem de papel, encontramos uma embalagem de plástico selada com uma cobertura dourada cheia de avisos ao paladar.


Só tinha informação em francês, inglês e espanhol e diz assim:

"IMPORTANTE: AVISO AO PALADAR
EXCELENCE 99% é um chocolate único que revela toda a força e riqueza dos grãos do chocolate. Para apreciar todo o sabor recomendamos que desenvolva o seu paladar através dos nossos chocolates começando pelo EXCELENCE 70%, depois 85% e finalmente 90%.
A melhor forma de degustar este chocolate é partir um pequeno pedaço e deixá-lo derreter lentamente na boca. Para sentir todos os aromas do cacau, experimente acompanhá-lo com café."


Ora, um chocolate que aconselha a treinares primeiro com outros antes de o provares é, no mínimo, curioso. Quanto ao deixar derreter lentamente na boca não há outra forma de comer chocolate, aliás irrita-me um pouco aquelas pessoas que mastigam e engolem o chocolate sem o provar! Digo sempre, o chocolate não se come com o dentes. Em relação ao café, penso que se é para provar chocolate não vamos misturar o sabor com outras coisas.

Depois de abrir a cobertura, que selava a embalagem, deparamos com uma tablete mais fina e uns quadradinhos bem mais pequenos que o habitual, no entanto podemos cheirar o belo aroma a chocolate que vem lá de dentro.
Foi aqui que percebi porque é que a caixa é do tamanho das outras mas só tem 50g, a caixa de plástico ocupa o resto do espaço...




Só faltava provar. Na realidade, percebi hoje que o nome chocolate amargo está errado porque, na realidade, o chocolate não é amargo, tem apenas um sabor forte. Apesar dos 99% de cacau, o sabor é interessante e vai-se tornando mais forte à medida que se vai derretendo na boca. Acho que o cérebro fica sempre à espera de detetar o sabor doce (normal quando se come chocolate) mas isso nunca acontece. A manteiga de cacau faz com que a boca e a língua fiquem a pegar mais do que é normal nos outros chocolates.
Em resumo, gostei, já comi vários quadradinhos mas só experimentando é que conseguimos avaliar todo o sabor.

Para os apreciadores de chocolate, fica aqui a dica que existem muitos sites na internet que fazem reviews de chocolates. Um dos meus preferidos é este que usa uns "gráficos em teia" onde avaliam 5 parâmetros: o paladar, o aroma, a textura, "sustenance" e a apresentação. O Lindt EXCELLENCE 99% não está se quer perto do topo!

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A explorar, muito interessante!


A civilização Maia e a marcação de ângulos retos

Sem nada que medisse ângulos, entre 250 aC e 900 aC, os Maia construíram centenas de cidades. Para marcar ângulo retos, utilizavam o seguinte método:
  1. Davam um nó em cada uma das extremidades de uma corda.
  2. Davam mais 6 nós ao longo da corda, de forma a que distância entre 2 nós consecutivos fosse sempre igual, dividindo assim a corda em 7 segmentos iguais, sendo dois dos nós nas extremidades da corda.
  3. Deixavam um argolinha em cada nó para poderem fixá-lo ao chão
  4. Uniam os nós, como mostra a figura, formando 3 triângulo equiláteros (todos os lados iguais, ângulo internos todos iguais e com amplitude de 60º).
  5. A vermelho, na figura, temos as linhas retas que formam o ângulo reto.


A beleza e elegância da geometria e do engenho.

O novo "projeto" do avô A.

Algum do material necessário:



para montar uma estufa hidropónica.

Estudos preliminares: 
- como marcar um ângulo reto sem ter nenhum objeto que meça ângulos? Olha, o teorema de Pitágoras no jardim do avô e, com ele, o tão desejado ângulo reto, para ficar tudo certinho, direitinho!
O objetivo é ter algo deste género:

O príncipio da cultura hidropónica

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