No regresso a casa, face à pergunta típica "Como correu o teu dia?", o pequeno do meio responde "O meu dia correu bem mas, no recreio, o M. roubou 2 pastilhas a um menino do 2º ano. Eu disse-lhe para ele não fazer aquilo mas ele fez na mesma e depois ele comeu uma pastilha e deu-me a outra e eu comi-a!". Só me ocorreu o ditado "Tão ladrão é o que rouba como o que fica à porta!", já a pensar na longa conversa que se avizinhava. Depois do típico roubar é feio, às pessoas que roubam chamamos ladrões, a polícia prende quem rouba, se fosses tu gostavas que te tivesem feito o mesmo, bláblábláblá. Diz-me ele "Mas eu não roubei, foi o M.!" e aqui fiquei perante um dilema: aconselhá-lo a afastar-se ou a denunciar o amigo? Fiquei a meio caminho "Nesse caso, dizes-lhe que ele não pode fazer aquilo, que assim te vais embora e não brincas mais com ele! E, se o que ele estiver a fazer for grave, deves ir avisar alguém!" Não lhe disse o que considerava grave e ele também não perguntou! Depois veio a 2ª parte do sermão "Não roubaste mas sabias que a pastilha que ele te deu não era dele, sabias que era de outro menino. Devias tê-la devolvida ao outro menino!". Sentido, verteu umas lágrimas e voltou a dizer "Mas não fui eu!". "Sim, não foste tu, mas achas que fizeste bem?" perguntei "Eu sei que não! Mas depois o M. queria culpar o D. e dizer que tinha sido ele a roubar as pastilhas e eu não deixei, defendi o D..". "Amanhã, vais pedir desculpa ao menino e vais dar-lhe o teu pacote de pastilhas." sentenciei e ele argumentou "Mas não posso só pedir-lhe desculpas? E o M. é que tirou e ele não vai querer pedir deculpas". "Se fosse contigo, ficavas satisfeito só com as desculpas ou preferias que te devolvessem o que te tinham tirado? Dizes ao M. para ir contigo pedir desculpas, se ele não quiser ir, vais tu sozinho" disse-lhe. "Ok mas não sei se consigo ir pedir-lhe desculpa!" afirmou cabisbaixo. "Vais ter de conseguir! Pedir desculpas não é fácil, é por isso que se diz: as desculpas não se pedem, evitam-se. Lembra-te sempre disso." O rapaz ficou meio macambúzio e tristonho e receei, que no dia seguinte, tivesse vergonha de ir pedir desculpa e dar as pastilhas ao míudo. De manhã, voltei à carga mas pensei que se calhar precisava ali de um reforço positivo e disse-lhe "Vais pedir desculpas e dás ao menino 2 pastilhas e depois guardas as outras para partilhar com os teus amigos" e o rapaz esboçou um enorme sorriso e disse "Está combinado!" e eu fiquei com alguma esperança, não muita, que ele cumprisse!. No caminho para a escola, disse várias vezes "Eu e o M. fizémos asneiras, temos que ir pedir desculpa"- processo de mentalização em curso.
No final do dia, vinha todo contente "Pedi desculpas e dei as pastilhas ao menino, não foi no recreio da manhã porque ainda não tinha conseguido convencer o M. , mas à hora do almoço consegui convencê-lo e fomos os dois pedir desculpas e dar as pastilhas! Ficou tudo bem, o menino desculpou-nos e ficou todo feliz com as pastilhas".
GRANDE MÍUDO (olha eu a ser totalmente imparcial)!
Pediu desculpas e ainda convenceu o amigo a fazer o mesmo ... A humildade de reconhecer e assumir o erro e de "remediá-lo" da melhor forma possível, nem todos, têm coragem de o fazer.
Freud não explica isto mas os dilemas de Kohlberg ajudam a perceber!
No final do dia, vinha todo contente "Pedi desculpas e dei as pastilhas ao menino, não foi no recreio da manhã porque ainda não tinha conseguido convencer o M. , mas à hora do almoço consegui convencê-lo e fomos os dois pedir desculpas e dar as pastilhas! Ficou tudo bem, o menino desculpou-nos e ficou todo feliz com as pastilhas".
GRANDE MÍUDO (olha eu a ser totalmente imparcial)!
Pediu desculpas e ainda convenceu o amigo a fazer o mesmo ... A humildade de reconhecer e assumir o erro e de "remediá-lo" da melhor forma possível, nem todos, têm coragem de o fazer.
Freud não explica isto mas os dilemas de Kohlberg ajudam a perceber!
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