As claras de ovos eram utilizadas, nos conventos, para a confeção de hóstias, utilizadas para engomar os hábitos, toalhas e outros paramentos e na clarificação dos vinhos (na Idade Média, os conventos eram um dos grandes produtores de vinho). As gemas que sobravam, o açúcar proveniente das colónias e a criatividade das freiras deram origem à nossa doçaria conventual que, efetivamente, parece obra do divino!
A origem da famosa Palha de Abrantes
Antigamente, toda a palha, proveniente do Alto Alentejo, era transportada em carros de tração animal até ao cais do Rossio "de Abrantes" para, mais tarde, seguir em barcos para ser distribuída por todo o Ribatejo. Quando surgiram os comboios, como as viagens eram demoradas, os passageiros que vinham das Beiras, já cansados, exclamavam: “Já chegámos à terra da palha!!!” Nasceu assim a citação de “se queres palha vai a Abrantes”. As freiras dos quatro conventos, existentes em Abrantes, com fios de ovos e ovos moles, criaram a famosa, e deliciosa, Palha de Abrantes (o nome deve-se, possivelmente, ao facto dos fios de ovos fazerem lembrar os fardos de palha).
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