Caminhando, na rua, distraída, no dia de regresso ao trabalho, alguém me pergunta: "Gostas destes óculos?", meio espantada, eu, claro, a outra prossegue "Ora segura-me aqui neles se faz favor!". Enquanto abre a mala e retira outros óculos Ray Bien diz-me "Tu não és racista" face ao meu ar "what?" ela acrescenta "Sabes lá, há aqui muitas que são!". Já com outros óculos na mão prossegue na sua demanda "Gostas mais destes óculos ou os que tens na mão?". Devolvo-lhe os óculos dizendo "São os dois giros mas não estou interessada em nenhuma, obrigado!". Guarda os óculos na mala, olha para mim com ar sério, e pergunta-me "És divorciada?" como a resposta é negativa, avança sem medos "Tás com um bocadito de mal de inveja mas não te preocupes que a cigana vai ajudar-te. Tenho aqui uma Pandora para te dar sorte!". E nisto saca da pulseira do saco e explica-me que um dos elementos da pulseira dá sorte, me vai tirar o mal de inveja e diz-me "Repete comigo, Trusca..." e eu "Na, na, não também não quero a pulseira, obrigado" e ela faz o apelo final "Compra lá a pulseira à cigana para ajudar a dar de comer aos meninos!". Mantendo-se a minha resposta, ela despede-se com "A cigana deseja-te um bom dia e muito boa sorte!" ao que eu respondi "Igualmente para si!".
Acho sempre piada às pessoas que se referem a si próprias na 3ª pessoa, e, neste caso particular, ao poder que a palavra "cigana" assumiu no seu discurso e a sua técnica de venda não é de descurar.
Fica registado o "aviso" da cigana ...
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