Partilho, como professora de matemática, da opinião da SPM e da APM quanto ao grau dificuldade do exame de 9ºano e à semelhança de algumas questões com outras de exames anteriores. Na perspectiva de professora dos meus alunos, de quem conhece os seus erros e as suas dificuldades e de quem ouviu alguns deles no final do exame, discordo em alguns pontos elementares.
Esperemos que esteja enganada mas não me parece que a média vá subir, como afirma a APM, nem que haverão bons resultados, esta minha opinião é partilhado pela maioria dos colegas com quem falei.
Esperemos que esteja enganada mas não me parece que a média vá subir, como afirma a APM, nem que haverão bons resultados, esta minha opinião é partilhado pela maioria dos colegas com quem falei.
Um dos factores que a APM aponta com subida das médias é a alteração da cotação das questões de escolha múltipla que passou de 35% no ano passado para 18% este ano. Quem corrige exames nacionais, há vários anos, sabe que muitos alunos só respondem, infelizmente, à escolha múltipla e outros tantos recolhem bastantes pontos nesta parte, pois não é necessário apresentar justificações e, por vezes, são questões intuitivas, não vejo, portanto, onde esta alteração venha contribuir para um aumento da média, muito pelo contrário. Tem sido referido que 2/3 do teste era realizável por 1 aluno de 8ºano, será que isto é um ponto a favor dos alunos, pergunto eu. Tenho sérias dúvidas! Vejamos, por exemplo, as questões sobre o estudo de funções, com uma cotação de 17%, são todas simples mas de uma tipologia completamente diferente da que tem saído até então, pois são referentes a conteúdos lecionados e trabalhados, essencialmente, no 7º e 8ºano, quando até aqui eram tipicamente de matéria lecionada no 9ºano (proporcionalidade inversa). A isto acresce ainda o facto de o tema das funções lecionados no 7º e 8º ano é sempre aquele onde os alunos apresentam mais dificuldades e resultados mais fracos nas avaliações, e, como é óbvio, os alunos têm sempre mais presente os conteúdos lecionados no ano letivo que acabaram de frequentar. Às vezes, muitas, tenho a sensação que quem emite estes pareceres, não tem a mínima ideia/sensibilidade das dificuldades apresentadas, em determinados conteúdos, pelos miúdos destes anos de escolaridade. Emitir pareceres sem conhecer a nossa população parece-me pouco típico de malta da matemática! Para além que têm sempre algo a apontar à estrutura do exame e/ou ao tipo de questões e/ou ao grau de dificuldade etc., nunca parece estar bem.
50 foi o número na ordem do dia, sem lhes ter dado uma única vista de olhos, fica a minha impressão geral!
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