Um artigo longo, mas muito interessante, com o qual concordo, na íntegra, enquanto mãe e professora. Baseia-se em três ideias simples que me esforço por transmitir tanto à pequenada da casa como a todos os que me "passam pelas mãos" todos os anos. Infelizmente, verifico que pais, alunos e alguns professores, valorizam e estão, talvez cada vez excessivamente, mais centrados nos resultados do que nas aprendizagens.
As três ideias simples são:
1. mais importante que elogiar a inteligência e as capacidades das crianças é valorizar o seu esforço/ empenho e dedicação.
Se uma criança obtém boas notas, sem grandes esforço, e elogiamos a sua inteligência, ela associa o seu bom desempenho a este dom que considera inato e imutável. Acreditando que a sua inteligência é um dom inato, encara os desafios, os erros e a necessidade de se esforçar para superar uma determinada tarefa como uma ameaça ao seu ego e não como uma forma de melhorar o seu desempenho. Surgem sentimentos de falta de confiança e desmotivação quando considera que as tarefas não são fáceis, face ao erro, atribui a sua falha à falta de capacidades e sente-se impotente/incapaz de melhor. Evita ser confrontado com novos desafios, pois a sua resolução envolve, nas primeiras abordagens, um ricos elevado de erro, o que a faz, na sua perspetiva, parecer menos inteligente;
2. muito mais importantes que ter boas notas é aprender e perceber que só se consegue fazê-lo com um trabalho, muitas vezes árduo e persistente, onde é importante aprender a não desistir;
As crianças que associam os seus resultados escolares ao esforço, estudo realizado, quando confrontadas com um mau resultado, reagem "para a próxima estudo e empenho-me mais", pois consideram a inteligência maleável e trabalhável, passível de incrementação. Ao invés, as crianças que atribuem o mérito dos seus resultados escolares à sua inteligência, quando confrontados com uma mau resultados, desistem e pensam que não há nada a fazer, para elas, a inteligência é imutável!
3. mais importante que o "resultado final" é o processo que nos proporcionou alcançar o sucesso
Esforço, empenho dedicação, trabalho árduo, aprender a não desistir face aos desafio e à adversidade, são característica que todos identificamos para o sucesso, ou na boa performance, de um atleta de alta competição. Esta é também a receita para o sucesso na disciplina de Matemática, por muitas capacidades que se tenha, haverá/surgirá sempre um problema e uma altura que não serão o suficiente. Sou muito má, neste aspeto, para os meus alunos e para a pequenada da casa, faço questão de lhes demonstrar isto, todos os dias e que não se aplica só a eles mas também a mim! Ouço muitas, demasiadas, vezes "É difícil, é preciso pensar!" e a minha resposta é sempre a mesma "Keep trying!", dando-lhes a seguir umas pequenas luzes sobre um possível caminho a seguir. Mais do que transformá-los em esponjas absorventes de conhecimento e massa acrítica, o grande desafio é ensiná-los a pensar, a questionar, a construir as suas aprendizagens, tornando isto um hábito e um gosto. É extremamente difícil esta tarefa, e encontra muita resistência em muitos alunos e E.E., os resultados não surgem de um dia para o outro, constroem-se! A longo prazo, dá frutos bons e suculentos: gente que sabe pensar e o faz frequente e abundantemente!
Algumas citações do texto:
"(...) In particular, attributing poor performance to a lack of ability depresses motivation more than does the belief that lack of effort is to blame. (...)"
"(...) the most persistent students do not ruminate about their own failure much at all but instead think of mistakes as problems to be solved. (...)"
"(...) The students with a growth mind-set felt that learning was a more important goal in school than getting good grades. In addition, they held hard work in high regard, believing that the more you labored at something, the better you would become at it. They understood that even geniuses have to work hard for their great accomplishments. Confronted by a setback such as a disappointing test grade, students with a growth mind-set said they would study harder or try a different strategy for mastering the material. (...)"
"(...)The students who held a fixed mind-set, however, were concerned about looking smart with less regard for learning. They had negative views of effort, believing that having to work hard at something was a sign of low ability. They thought that a person with talent or intelligence did not need to work hard to do well. Attributing a bad grade to their own lack of ability, those with a fixed mind-set said that they would study less in the future, try never to take that subject again and consider cheating on future tests.(...)"
"(...) How do we transmit a growth mind-set to our children? One way is by telling stories about achievements that result from hard work. For instance, talking about mathematical geniuses who were more or less born that way puts students in a fixed mind-set, but descriptions of great mathematicians who fell in love with math and developed amazing skills engenders a growth mind-set, our studies have shown. People also communicate mind-sets through praise. Although many, if not most, parents believe that they should build up children by telling them how brilliant and talented they are, our research suggests that this is misguided. (...)"