Surpreendentemente bonito e repousante! Aldeias com muito poucos habitantes permanentes, contam-se pelos dedos de uma mão, mas com casas muito bem recuperadas e estimadas, bons percursos pedestre e bem assinalados, belas paisagens, cascatas, azenhas abandonadas e a natureza em todo o seu esplendor .
Cimo de um monte, num sítio recôndito e pitoresco, com vista para um belo vale, onde corre um curso de água, são os locais típicos das aldeias de xisto da serra da Lousã.
Poucos, ou nenhum, são os carros nas estradas que dão acesso à maioria das aldeias, cheias de curvas, mas com bom piso, onde 10 km podem demorar meia hora, ou mais, a percorrer, com a janela aberta é possível ouvir os barulhos dos passarinhos, o restolhar proveniente da "floresta" envolvente, o murmurinho dos regatos de água e as eólicas no cimo da serra. As aldeias são pequenas e encantadoras, o silêncio, a paz e o sossego imperam. Ao percorrer as ruas das aldeias somos invadidos por um sentimento de nostalgia, que faz lembrar "O que foi não volta a ser" dos Xutos, e nos leva a imaginar como seriam diferente há 70/80 anos atrás. Os habitantes permanentes, que em tempos eram mais de meia centena, são agora, regra geral, 1 ou 2, normalmente pastores e/ou reformados, as restantes habitações são de Turismo Rural ou residência de férias.
Pernoitámos numa aldeia de xisto, numa casa típica, onde nos esperava a lareira acesa ao final do dia, a simpatia e o bom gosto, sem rede de telemóvel, sem acesso à internet, numa aldeia com apenas 4 residentes e onde um dia ao anoitecer fomos recebidos por uma amistosa raposa, amiga dos residentes.
Andámos pelas aldeias de xisto de Gondramaz, Talasnal, Cerdeira, Candal, Casal de São Simão, Ferraria de São João, Comareira, Aigra Nova, Aigra Velha, Benfeita (Serra do Açor) e Água Formosa (perto de Vila de Rei).
As aldeias do xisto, percursos pedestres, praias fluviais, pontos de interesse, podem ser consultados aqui.
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