Hoje, o pequeno do meio vinha todo orgulhoso do seu trabalho do dia da espiga. Perguntei-lhe se tinham ido apanhar as espigas e as flores, a resposta foi negativa. Comentei com a educadora dele que me recordo bem de no dia da espiga, na primária e no infantário, ir apanhar espigas, papoilas, etc. Lá andava a canalha toda feliz e contente nas encosta do castelo a desenvolver esta bela e revigorante tarefa. Ao que a educadora me respondeu "Pois, eu, em tempos idos, também costumava fazer isso com os miúdos mas agora para sair da escola, temos que ter autorização de todos os pais e muitos tem receio por ser um percurso a pé e na realidade cada vez mais se nota que muitas das crianças não estão habituadas e/ou parece que não sabem andar na rua, enfim é uma complicação!". Tempos, vidas e pessoas bem mais simples, era o que era! Vivências que se vão perdendo, é pena! Nas ruas de algumas cidades, neste dia vendem-se, a 1,5€, os raminhos típicos do dia da espiga.
(opss, Ascenção está mal escrito)
No regresso a casa, mostrei-lhes algumas espigas que íamos encontrando e o moço bem me disse, em tom de aviso, pois afinal estamos em crise, que era importante apanhar a espiga para termos pão. Fui pesquisar e o rapaz não estava errado: cada elemento do ramo tem uma simbologia associada:
Espiga – pão;
Margaridas/malmequer – ouro e prata;
Papoila – amor e vida.
Oliveira - azeite e a paz;
Videira - o vinho e a alegria;
Alecrim - a saúde e a força.
A comemoração do dia da espiga é um ritual pagão e o raminho é uma espécie de amuleto, deve ser guardado na cozinha durante o ano. Ao que tudo indica, esta celebração remonta ao tempo dos Maias, coincide com a quinta feira da Ascensão, ocorre 40 dias depois da Páscoa, e celebra a primavera e o início da época das colheitas.
Esta comemoração nos países nórdicos seria considerado um ataque à mãe natureza! É uma tradição da zona do mediterrâneo.
Esta comemoração nos países nórdicos seria considerado um ataque à mãe natureza! É uma tradição da zona do mediterrâneo.
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