No último dia de aulas, estava toda animada, finalmente chegavam as tão ansiadas férias, cheia de planos ... De repente, numa urgência "banal", surge a suspeita, dois dias mais tarde a confirmação e, no seu 3º dia de férias, vê-se internada, no IPO, a fazer quimioterapia, diagnóstico: leucemia. Mais uma vez, fico abismada e sem reação, só me ocorre "Como é possível? Caramba, a vida não é justa!".
Sem saber bem o que dizer, telefonei à mãe, que quase de imediato me disse "Fale com ela, vou passar-lhe o telefone!". Senti um nó na garganta, naqueles milésimos de segundo em que o telefone trocou de mãos, e do outro lado surge um "Olá, Stôra!" igual, e com a mesma energia, que lhe ouvi tantas e tantas vezes, e sorri. Ao falar com a mãe e com a filha, por momentos, pareceu-me, ironicamente, que eu é que estava a precisar de ser consolada. Falaram do próximo ano letivo, das possíveis medidas/precauções a tomar, das fotografias que não seriam atualizadas porque lhe iria cair o cabelo, e ao ouvi-las não pode deixar de as admirar profundamente pela: coragem, força, o otismo, a "normalidade" com que, aparentemente, estão a encarar/viver um momento cheio de incertezas e de muito sofrimento.
Sem comentários:
Enviar um comentário