"O facto de as crianças de um ano não serem capazes de imaginar o futuro é, ao mesmo tempo, o seu conforto e a sua angústia. Se, por um lado, a absoluta ignorância acerca daquilo que lhes irá acontecer é uma ausência feita de protecção, por outro lado, perante uma despedida, as crianças de um ano sofrem sem palavras porque não conseguem conceber o regresso da pessoa que parte. Podemos tentar explicar-lhes, dizer «Volta já daqui a duas horas», «Volta amanhã», «Volta na próxima segunda-feira». Podemos tentar muitas coisas sem sentido. Para as crianças de um ano, as despedidas são sempre definitivas."
in Abraço de José Luís Peixoto.
Ao ler a crónica intitulada "Despedidas" no livro Abraço de José Luís Peixoto, foi inevitável não me lembrar da difícil adaptação das pimpolhas ao infantário, apesar de as duas terem ido com 6 meses. Foram meses de muito choro e de espanto das educadores pois nas suas palavras "Em tantos anos de serviço, nunca tinha encontrado nenhum bebé tão pequeno que estranhasse tanto!" Pois ... fizeram história na creche! Já o pequeno do meio, que foi para o infantário com a mesma idade, ao fim de 1 semana, estava mais que adaptado. Dedicado a elas neste primeiro dia de aula, quando agora tudo é mais fácil, mas ao fim de 15 dias de férias e na iminência de voltar à escola, a mais pequena, com 2 anos e meio teve uma noite daquelas...2 vezes chichi na cama e acordou vezes sem conta agitada (ela e a irmã). Coincidências ...I don´t think so!
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