segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Farol do Cabo São Vicente - Ciência Viva no Verão


 Para além de contemplar a paisagem fantástica, graças ao programa da Ciência Viva no Verão, podémos usufruir de uma visita guiada ao interior do farol do Cabo de São Vicente. Uma experiência diferente para os pequenos e muito enriquecedora para os graúdos. Aqui fica o registo de algumas das coisas que aprendemos:

  • encontra-se a 86 metro de altitude e a sua luz  pode ser vista a 59 km da costa.
  • acende ao pôr do sol e apaga ao nascer do sol. Devido a compromissos internacionais tem que estar em funcionamente 99.98% do tempo.
  • cada farol tem um frequência de "luz e escuridão" única de forma a ser facilmente identificável pelas embarcações, consultando o livro dos faróis onde constam o desenho, a abrangência e as frequências de todos os faróis ao longo da costa portuguesa bem como a sua latitude e longitude. No caso deste farol, a frequência é de 5 segundos (4,9 segundos apagado e 0,1 segundos acesso). 

  • identificado o farol, sabendo as suas coordenadas e altitude, utilizando a trigonometria e uma bússola, a embarcação consegue determinar a sua localização exata.
  • utiliza a mesma ótica desde 1908, no entanto a fonte de luz começou por ser gerada utilizando azeite depois vapor de petróleo e mais tarde a energia elétrica. 
  • tem uma lâmpada de halógeneo de 1000W e anteriormente usava uma lâmpada de filamentos de 10000W. Para garantir a fiabilidade tem uma 2ª e um 3ª lâmpada suplente que acendem em caso de falha da principal
  • tem uma das maiores lentes de fresnel (uma hiper-radiante) do mundo e a única, em funcionamento, atualmente, em Portugal.





  • é um dos poucos faróis denominados aeromarítimos pois na base da lente tem painéis defletores que permite que a luz seja vista pelos aviões.

  • a estrutura ótica giratória pesa cerca de 4 toneladas e pode ser movimentada facilmente com um impulso manual devido ao facto de estar acente num flutuador que se encontra num "tanque" cilindrico com cerca de 300 kg de mercúrio e selado com glicerina. Estudos realizados demonstram que o método e sistema utilizados são ambientalmente seguros, o mercúrio não se evapora, não contaminando a atmosfera. 
  • inicialmente a rotação era gerada utilizando um mecanismo de relojoaria (para garantir a frequência
    exata de 5 segundo). Atualemte, dois motores são os responsáveis pela rotação da estrutura ótica, funcionando alternadamente, 1 mês cada um, garantido um sistema de elevada disponibilidade e fiabilidade.
  • no ínicio do século XX foi instalado um sistema que produzia um sinal sonoro para orientação em caso de nevoeiro. Atualmente, encontra-se desativado.

Apesar de já terem tido um papel muito importante na navegação, com os atuais sistemas de navegação e orientação (GPS), os faróis passaram a ter um papel muito secundário mas nas palavras do oficial da marinha que conduziu a visita guiada "os faróis são como o pneu suplente de um carro, esperamos nunca o utilizar mas gostamos de saber que ele existe e está lá para quando a tecnologia falhar!"

(Muitas são as pessoas que gostam de observar o pôr do sol e o acender do farol. O guia mencionou que em tempos, na zona, houve um culto ao sol, hummm...misticismo) 

(Parece uma banca típica de qualquer serra em pleno inverno. Pois bem, é mesmo à porta do farol em pleno mês de agosto, a zona é muito ventosa e a temperatura convidava mesmo a um agassalho como os senhores da banca bem sabem...sempre a facturar!)

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