sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O filho do meio, o irmão sanduíche


"O filho do meio não tem a atenção que o mais velho (o filho mais importante, o primeiro amor dos pais) e o mais novo (o bebé da família, o queridinho, pequenino, fofinho) recebem. (...) Ele tem que se esforçar mais para ser ouvido e notado, e tem que lutar afincadamente pela atenção dos pais. (...) embora os pais tenham uma capacidade infindável de amar todos os filhos de forma única, são mais atraídos para uns que para outros,e às vezes esquecem-se de celebrar o que amam em cada um, de foma clara e palpável. (...) os filhos do meio adotam muitas vezes interesses diferentes dos pais e, na busca pelo seu papel, é provável que se tornem o oposto dos irmãos (...)" 
Extratos do artigo Filho sanduíche na revista Pais&Filhos deste mês sobre as perspectivas de 3 psicólogos (Marta Gonçaves, Andrew Fuller e Sally-Anne McCormak)

Este artigo fez-me refletir se isto se aplicaria ao filho sanduíche cá de casa, quer no que concerne à sua atitude quer à nossa, pais. É verdade, o moço luta com unha e dentes, em alto e bom som para ter a nossa atenção, ser o primeiro a falar etc. mas as irmãs utilizam uma técnica semelhante e tantas vezes, ou mais, que ele. Inconscientemente, poderemos não dar a mesma atenção a cada um,o que é provável, a pequena mais nova é, claramente, a que reclama/exige mais, mas tentamos fazê-lo. Se o conseguimos, não sei...mas não me parece, ou não  quero acreditar que: "sentimo-nos atraídos para o filho mais parecido connosco, cuja personalidade tem características com as quais nos identificamos mais. (...) os filhos do meio adotam muitas vezes interesses diferentes dos pais e, na busca pelo seu papel, é provável que se tornem o oposto dos irmãos (...) Tendo em contas as suas características de personalidade, os filhos do meio ou se fecham, se anulam, ou lutam sempre por aparecer. Estas são as suas formas de lidar com a falta de atenção(...)" citações da psicóloga Marta Gonçalves no referido artigo e me trouxeram à lembrança este artigo de Eduardo de Sá. Ao analisar estas citações, os filhos do meio parecem ser uns incompreendidos, "condenados" a terem problemas de personalidade. No final do artigo, pela mão de Catherine Salmon e Katrin Schumann, a nuvem negra que pairava sobre o filho do meio desalojou-se mostrando um sol radioso: "os filhos do meio são jogadores de equipa com grande autoconhecimento e notáveis capacidades diplomáticas. Porque são descontraídos e flexíveis, tendem a lidar bem com os outros. São mais motivados pela justiça que pelo dinheiro quando têm que fazer escolhas de vida, e têm um grande sentido de família  amizade e lealdade". 

 O contraponto no mesmo artigo sobre os filhos únicos.
"(...) Trata-se de uma espécie especial na da família, que recebe todo o amor e todas as expectativas dos pais, avós e tios, já que não raramente também é o único neto e sobrinho. É o rei da casa, mas tem a sua majestade ignorada de cada vez que põe os pés para fora, ou seja, na escola, na rua, e até no hall de entrada do prédio onde vive, já que a sociedade desconhece a sua exclusividade e o quanto é especial. Vive assim, coitado, entre dois mundos tão opostos e tão exigentes. E coitados de nós, que dentro de algumas décadas seremos, forçosamente governados por estes seres únicos e especiais, criados para adorar os seus próprios umbigos"  






2 comentários:

Luís disse...

Gostei do artigo e identifico-me.
Cumprimentos,
Luís Morna

Pi disse...

Obrigado pelo comentário.
Cumprimentos

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