De perna para o ar no outro lado do mundo
Ao jantar a pequena mais velha fez a seguinte observação "A esta hora, o sol deve estar a nascer do outro lado do mundo mas o que eu não percebo é porque é que eles não andam de pernas para o ar." Ao que o pequeno do meio retorqui "Não, mana, nós estamos dentro da terra." ao que a pequena mais velha disse "Ah não, nós estamos em cima da terra, porque senão assim era como estarmos fechados dentro de uma bola." Quando nos preparávamos para começar a nossa tirada sobre a física e as suas leis, eis senão quando, eles tinham mudado radicalmente de assunto, para algo que se tinha passado no recreio com uma bola! E a questão ficou por ali! Explicar a grande massa da terra e a ação da força da gravidade em nós, "puxar-nos" para baixo perpendicularmente à superfície da terra, a crianças de 4 e 6 anos não deve ser fácil. Já para não falar da percepção do que é o cima ou o baixo e o que nos transmite essa sensação. Há tempos já fizemos uma pequena exploração da função do nosso ouvido interno e do seu líquido para explicar a razão porque ficamos com a cabeça à roda quando andamos num carrocel ou corremos muito rápido em círculos. Desenvolvemos vários sentidos que nos permitem detectar a gravidade tais como: o nosso ouvido interno, os nosso olhos que procuram o horizonte e o facto de sentirmos partes diferentes do nosso corpo a serem pressionadas conforme a posição em que estamos, na vertical os pés, na horizontal, as costa ou a barriga. O cima e o baixo são "direções" que o nosso corpo nos comunica, independentemente, do sítio do planeta em que nos encontremos. Mas transmitir estas ideias de forma perceptível a uma criança não me parece tarefa fácil. Talvez a melhor abordagem seja a do pensamento inverso, os meninos que se encontram do outro lado do mundo também devem achar que nós estamos de pernas para o ar mas nós não nos sentimos de pernas para o ar pois não? É a abordagem que vou experimentar quando o assunto voltar novamente à baila!
Sem comentários:
Enviar um comentário