sábado, 2 de junho de 2012

Um questão de prioridades...ou de interesses

Foi publicada a portaria que decreta que os médicos devem passar a receita pela substância ativa do medicamento, e não pela marca. Falamos, portanto, da utilização de genéricos que, até à data, bastava o médico colocar uma cruzinha no final da receita, não autorizando a utilização dos mesmos, mas apenas o da marca referida. Segundo esta portaria, acabou-se a tal cruzinha, abrindo-se a exceção para o tratamento de doenças crónicas ou prescrições de duração superior a 28 dias. As  farmácias ficam obrigadas a vender, do prescrito pelo médico, o mais barato caso o utente não manifeste nenhuma preferência, podendo este, se o entender, escolher a marca que pretende. 
A Ordem dos Médico veio, de imediato, informar que iria avançar com uma providência cautelar para suspender esta portaria. No entanto, relativamente, ao anúncio da Ministra da Saúde sobre a contratação de 2,5 milhões de horas a médicos em prestação de serviços ao mais baixo preço, quando não abrirão concursos de recrutamento para qualquer unidade do Serviço Nacional de Saúde, não mereceu qualquer tipo de comentário por parte da Ordem dos Médicos.
Congressos e afins com dias contados? Médicos reconhecem a importância na atualização de conhecimentos mas não estão dispostos a pagar pela mesma por não ser sua obrigação, será que chegaremos a este ponto? Receio que sim mas espero que não! O que mais há é pessoas que investem, do seu próprio bolso, na sua formação, porquê? Por brio profissional, saber mais para fazer melhor! Por que razão os médicos deverão ser diferentes? 
E como ficam as farmácias no meio deste jogo de interesses? A ganhar penso eu...E o utente? Não sei se em todos os casos os genéricos farão o mesmo efeito que o  medicamento de marca, e/ou se os efeitos secundários serão os mesmos e se se verificam com a mesma frequência e intensidade, o que é mais barato nem sempre é melhor, não conhecendo nenhuma das marcas, por qual se deve optar? Pela indicada pelo farmacêutico? Parece que voltamos ao mesmo mas aplicado a outros...as empresas de genéricos também devem ter "promotores", não?

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