sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Incoerências

"(...)A International Association for the Evaluation of Educational Achievement realiza, cada quatro anos, dois estudos conceituados internacionalmente: o TIMMS (Trends in International Mathematics and Science Study) e o PIRLS (Progress in International Reading Literacy Study). Portugal participou na edição de ambos de 1995, tendo ficado nos últimos lugares do ranking. Ausente dos estudos de 1999, 2003 e 2007, voltou a ser cotado em 2011. Entre 50 países ficou no 15º lugar em matemática e 19º em ciências. Entre 45 países, foi 19º no PIRLS. Em valor absoluto, os resultados são positivamente relevantes. Mas em valor relativo ainda são mais: de 1995 para 2011 foi Portugal o país que mais progrediu em matemática e o segundo que mais avançou no ensino das ciências; se reduzirmos o universo aos países da união europeia, estamos na 12ª posição em ciências, sétima em matemática e oitava em leitura; se ponderarmos estes resultados face ao estatuto económico e financeiro das famílias e dos estados com que nos comparamos, o seu significado aumenta exponencialmente e deita por terra o discurso dos que odeiam os professores. Há bem pouco, Gaspar, arauto da econometria e vuvuzela dos indicadores internacionais, rotulava de ineficiente o sistema de ensino. O seu amanuense Crato, outrora impante de PIMMS e PIRLS na mão, ficou mudo agora. Relativizo os resultados e discuto os critérios e os objectivos destes estudos. Não os valorizo como eles os valorizam. Mas é por isso que denuncio o silêncio oficial.(...)"
Extrato de um artigo de Santana Castilho publicado no Público de 02/01/2013
Pode ler o artigo na íntegra aqui.


Muita coisa não vai bem no ensino, estamos longe de ter o nível de exigência e competências desenvolvidas desejadas, tudo isto é um facto e não é novidade. No entanto, não se devem ignorar os resultados deste estudo, não deixam de ser um bom indicador embora tenham de ser relativizados e contextualizados. É inegável e clara a evolução registada! Enquanto comentador, Nuno Crato recorria a este estudo, entre muitos outros, para apontar o dedo, e bem, a muitas das falhas no nosso ensino, agora parece sofrer de amnésia ao que tanto defendeu antes de ser ministro da educação. Respeito, e muito, Nuno Crato como matemático, divulgador científico, entusiasta da astronomia e astrofísica, como ministro a educação, apesar das minhas expectativas, deixa muito a desejar, é um homem do sistema, engoliu a cassete e fez "reset" aos seus próprios ideais quando poderia ter tido um papel fulcral na mudança, para melhor, do ensino em Portugal! É pena...

Outro artigo, este de David Justino, sobre o mesmo tema

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