sábado, 12 de setembro de 2015

"Comessar" - palavra e ato difícil!

No seus textos, respostas, ditados e afins, sempre que é necessário escrever a palavra começar, pimpolha mais velha escreve sempre, mas sempre, comessar; apesar das muitas dezenas de vezes que já teve de emendar e corrigir este seu erro recorrente. "Enganaste-te a escrever outra vez começar!" alertamos e ela responde com"GRRRRRRR ... esqueço-me sempre! É sempre o mesmo erro!". É um facto, dado que a moça não tem por hábito dar erros ortográficos. 
Resistente, reticente, desconfiada quando confrontada com novas experiências e/ou alterações de rotinas, gosta de "jogar" e "circular" na sua zona de conforto, suspeito que a questão dela com a palavra começar não seja meramente ortográfica! 
Face ao iminente início das aulas, não revela, aparentemente, grande ansiedade, durante o dia, mas à noite quando o sono tarda em chegar confessa "Não quero ir para o 4º ano! No 4º ano, temos que fazer exame!". Logo, por sorte ou por azar, saiu-lhe na rifa uma mãe que encara os exames como algo benéfico na regulação e avaliação do sistema e, que até ao 9ºano, devem ser encarados como um teste normal, por todos (professores, pais e alunos). Ficou sem argumentos e sem audiência, à 1ª tentativa, mas o sono, apesar do cansaço, tardava a chegar e novas ideia a apoquentam logo e seguida, "E se nos assaltam a casa? E se me raptam e eu nunca mais vos vejo? Tenho medo, muito medo" e chora, num desespero. Depois de utilizados todos os argumentos óbvios e lógicos, verificadas portas e janelas, nada a parece confortar. Mudança tática de abordagem "Todos temos medos e temos que aprender a viver come eles! Acontece com toda a gente! Não podemos é estar sempre a pensar neles" e, com esta tirada, passamos de psicólogo reconfortante a autoritário "Deita-te, descansa e dorme" e segue-se a sua pergunta "Mas como é que fazes para não ter medo(s)?". Uma bela e pertinente questão para a qual muitos gostariam de conhecer a resposta, respondi-lhe apenas "Eu tenho medos mas penso que vai correr tudo bem e que o meu medo não se vai transformar numa realidade!". A moça lá se vai deitar pouco convencida mas vencida. Todas as noites, da última semana, temos tido esta conversa, tem melhorado de dia para dia, embora os  seus medos continuem os mesmo, talvez um pouco mais apaziguados, e o nosso discurso também! 
Cortar o "cordão umbilical" e o começo das aulas é o que a apoquenta ... há anos, as manifestações vão mudando mas o "síndrome" permanece para no final da 1ª/2ª semana de aulas voltar à normalidade! 
Começar é e facto uma palavra e um acto "difícil" para a pimpolha mais velha!

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