segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Ensino doméstico



Em Portugal, o ensino é obrigatório e o mais comum é este ser da responsabilidade e ministrado numa escola, mas existem outras modalidades: ensino à distância e o ensino doméstico. Embora suscite muitas dúvidas e debates nos países em que não é legal ou onde tem fraca expressão, o ensino doméstico é uma modalidade de ensino em franca expansão em países como a Austrália, EUA, Reino Unido, Irlanda, Nova Zelândia, entre outros. Os países onde o ensino doméstico não é permitido alegam as dificuldades na regulação e controlo das aprendizagens, do cumprimentos dos currículos nacionais e no acautelamento dos interesses da criança, dando maior ênfase à sociabilização! Os defensores deste tipo de ensino referem como principais vantagens: uma melhor educação para as crianças em casa, em oposição à fraca qualidade de ensino ministrada pelas escolas; melhor acompanhamento de alunos sobredotados e/ou com necessidades educativas especiais; maior facilidade de um ensino individualizado; a flexibilidade de horários; a mobilidade geográfica dos pais associada às suas carreiras profissionais e a distância significativa de casa do aluno à escola.
Em Portugal, os boletins de matrícula tem como opção o ensino doméstico bastando para isso o 
encarregado de educação proceder à matricula na escola da área de residência, juntando o pedido fundamentado pela opção do ensino doméstico: (motivo, comprovativos da situação do aluno e do familiar, habilitação da pessoa que irá acompanhar pedagogicamente o aluno). O deferimento do pedido implica um acordo ou protocolo entre a escola e o encarregado de educação, onde fica definida a forma de acompanhamento do aluno e a avaliação. A legislação prevê avaliações/exames, nacionais ou nível de escola, no final de cada ciclo e a todas as disciplinas.Segundo os dados mais recentes, disponibilizados pelo Ministério da Educação e Ciência, havia 82 alunos inscritos na modalidade de ensino doméstico e individual em 2009/2010 - a maioria no 1.º e 2.º ciclos, alguns no 3.º ciclo e nenhum no Ensino Secundário. Estima-se que o número de alunos a beneficiar deste tipo de ensino tenha aumentado nos últimos 2 anos.

Optar pelo ensino doméstico deve ser, a meu ver, uma decisão familiar consciente, implica muita responsabilidade e uma mudança no estilo de vida que permita à criança muitas e variadas aprendizagens, não descurando os currículos nacionais. Envolve um grande esforço de preparação/execução do pai ou mãe e onde não deve ser fácil gerir o papel de mãe/professora. Deve ser muito enriquecedor para os pais e para os filhos mas implica uma boa gestão de tempo, de conflitos e de interesses. A quem embarca nesta longa viagem do conhecimento partilhado, os meus parabéns pois não é tarefa simples e muito menos fácil, envolve muita coragem, disponibilidade, investimento de tempo, paciência e uma procura de conhecimentos e de como transmiti-los. 
Existem várias mães portuguesas que partilham as suas experiências de ensino doméstico nos seus blogues (Caminhando juntos, Colher de mãe, são apenas alguns exemplos). Gosto, particularmente, da definição de ensino doméstico de Marta Boldt, uma destas mães: 
"Para mim, o ensino doméstico é muito mais do que a passagem de conteúdos escolares. A ideia de ensino doméstico pode ser vista como uma imagem antiquada com crianças fechadas em casa a aprender uma mini-reprodução da escola, quando é exatamente o contrário. A ideia base é fazer do mundo a nossa sala de aula e seguir os interesses e paixões de cada um" 


2 comentários:

Ana Simões disse...

Tenho uma amiga que o ano passado optou por este tipo de ensino. Também tem um blog, da uma espreitadela www.aprenderemfamilia.wordpress.com

Pi disse...

Espreitei e descobri que já conhecia! O mundo é pequeno, quando pesquisei, pela 1ª vez o tema do ensino doméstico, já lá vai algum tempo, foi dos primeiros blogues que visitei! A tua amiga tem feito umas coisas bem giras com os miúdos, é preciso coragem, muita disponibilidade, paciência e imaginação! Beijinhos.

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