segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Vislumbres do futuro ...

"(...) Incrédula, a sua voz quererá saber aquilo que fazíamos quando éramos novos. Os nossos filhos não conseguirão acreditar que éramos novos. Quererão saber aquilo que fazíamos. Haverá uma pausa antes de respondermos que entrámos em bares, falámos de nós e bebíamos qualquer coisa em copos de plásticos. (...) A nossa memória  ficará cheia de coisas que não são entrar num bar, nem falar de nós próprios, nem beber qualquer coisa em copos de plástico, e ficaremos em silêncio durante uns instantes. Nesse dia quereremos acreditar que os nosso filhos não fazem nenhuma dessas coisas em que pensaremos e, durante esse instante de silêncio, conseguiremos convencer-nos a nós próprios que não, os nossos filhos, que vimos nascer, que nos fizeram sorrir com sílabas atrapalhadas, papá, popó, que vimos na primeiro manhã em que foram para a escola, os nossos filhos, quando nos pedem para sair, entram em bares, falam deles próprios e bebem qualquer coisa em copos de plástico (...)" 
                                              José Luís Peixoto in Abraço

Não será num futuro próximo mas o tempo voa ... Ao ler este artigo, a letra e a música Borrow dos Silence 4 vieram-me, de imediato, à memória!

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